Minha história começou em 1995, quando por intermédio de uma amiga, que fazia curso de Fisioterapia, fui apresentado ao laboratório de anatomia humana. Neste momento, conheci a arquitetura, de um corpo humano, no seu tocante mais profundo. Neste mesmo ano, fiz o vestibular para Fisioterapia, sem nenhuma dúvida de qual curso seguiria até hoje.

E lá, já se vão 25 anos, desde que me debrucei sobre esta profissão. Porém, para concretizar este primeiro sonho, de me formar, teria que conseguir um emprego. Emprego este, que me garantisse um salário, suficiente para pagar a mensalidade, pois não teria como arcar com seu pagamento.

Aí, tive à sorte de conseguir meses após o início das aulas, uma vaga de auxiliar administrativo na biblioteca da Universidade. Foi um período, marcante de muito estudo e iniciação científica. Imaginem, eu cercado de publicações, dos mais variados cursos, ao meu alcance. Para quem, não tinha dinheiro para pagar uma faculdade e muito menos comprar os livros, pois naquela época, não se tinha a internet que temos hoje, foi um sonho.

Minha função, era simples, pegar o pedido do aluno e levar o livro até ele. Mas não me contentava com isso, acabava por separar o conteúdo ao qual o aluno, estava a procurar e lia o mesmo após a devolução. Tive assim, um ganho de conhecimento enorme, visto que eram alunos de medicina, enfermagem, fisioterapia, odontologia, sem contar os da área de humanas. Meu horário de trabalho era puxado, das 13:00 às 22:00. Tendo uma hora de almoço, ao qual o tirava, no Laboratório de Anatomia. Ou seja, todos os dias, estudava naquele local e acabava me tornando para alguns, monitor e até professor, pois próximo as provas todos queriam estudar e como eu já estudava toda a matéria antes, acabava por ajudar aos colegas. Eu, como disse, não tinha muito tempo a perder, estudava pela manhã e trabalhava a tarde e noite. Tive que amadurecer, já com 18 anos e ter responsabilidades muito cedo. Foi ótimo, vi que poderia ajudar e assim, teve início meu interesse em ministrar aulas. No ano de 1997, fui convidado pelo professor da cadeira de Anatomia Humana, Prof. Jorge Teixeira, para substituir o atual monitor. Um marco, pois todos buscavam este privilégio, de estar ao lado de um ícone da Anatomia Humana, da Universidade. Todavia, tive que declinar do convite.

Meu motivo era simples, perderia minha bolsa de estudos e assim, não conseguiria mais pagar minha faculdade. Continuei a ajudar, da maneiro que eu podia, nos intervalos do meu almoço, que na ocasião era 17:00 às 18:00. Chegou o momento do estágio obrigatório, consegui de cara por convite de outro grande professor Carlos Mello, vaga para a tão sonhada Clínica de Reabilitação Nilton Petroni. Sem ao menos, fazer prova somente, o mesmo, dizia: “você é merecedor, por toda sua luta”.

Ainda não estava satisfeito, pois tinha o final de semana livre. Neste momento, entrei no Hospital Prontocor, do mesmo bairro ao qual ao qual morava Tijuca. Realizei entrevista e logo na semana seguinte, iniciei meu estágio, sendo meu primeiro emprego posteriormente. Aprendi, no Hospital, no caso UTI e Pós Operatório Cardíaco, locais ao qual trabalhei por três anos, que a vida é um sopro e que nós profissionais de saúde, poderíamos ser as últimas pessoas ao qual aquele paciente veria. Cresci muito como ser humano, vi muitas histórias e aprendi bastante a lidar com dificuldades e pensar rápido.

Chegado ao ano de 1999, me formei e já empregado, dois empregos, um Hospitalar e outro Clínica de Recuperação Acelerada em Ortopedia. Mas algo ainda faltava, era meu viés acadêmico. Daí surge, já em 2004, inesperadamente um grande amigo, Celso Rufino, da então Universidade ao qual havia me formado e trabalhado, como auxiliar administrativo, a me convidar para compor o corpo de professores do então curso de Fisioterapia, na disciplina de Eletrotermofototerapia. Na ocasião, já tinha concluído minha primeira pós graduação em Fisioterapia Ortopédica. Fui ao delírio, como um ex-auxiliar se tornaria professor da Universidade?

Mas me tornei e não parei, no ano seguinte, junto com os alunos e pensando no mercado de Estética, ao qual estava em franco crescimento, realizamos um abaixo assinado e montamos a primeira turma de Fisioterapia Dermatofuncional do curso de Fisioterapia, de forma optativa pelo aluno. Lotou!!! Todos, queriam fazer a disciplina, abrindo período após período, mais e mais turmas, chegando ao ponto de ministrar 44 horas de aulas por semana.

Todos achavam que era maluco, por tanto trabalho, pacientes particulares, Universidade e eu ainda tinha gás para no ano de 2006, montar a então primeira Pós Graduação de Fisioterapia Dermatofuncional da Universidade. Mas montei e tive em determinado momento três turmas ao mesmo tempo.

Já no ano de 2008, consegui escrever meu primeiro livro: Guia Prático de Estética e Dermatofuncional, e posteriormente fui co-autor de livro de Terapia Intensiva, do professor Rogerio Ultra, com capítulo ao qual foi tema de minha Dissertação de Mestrado; Úlcera por Pressão.

O tempo, passava rápido, naquela época, já era 2010 e eu com tanta atividade profissional, fui indicado para concorrer em um Congresso Internacional de Estética, em um navio. Aquele que seria meu primeiro prêmio: “Talento Educacional 2010”.